Introdução ao Pentest: Como funciona e quando fazer?

Com o aumento constante de ameaças digitais, como malware, ataques de ransomware e phishing, é essencial que pessoas e empresas protejam seus sistemas e dados sensíveis! Uma das abordagens mais eficazes para avaliar a segurança de sistemas e redes é o teste de intrusão, popularmente conhecido como “pentest”.

Vamos explorar em detalhes o que é um teste de intrusão, por que ele é tão vital e quais são as etapas fundamentais envolvidas em seu processo. Confira:

Pentest: O que é e para que serve?

O teste de intrusão, é uma técnica de segurança cibernética que simula um ataque real a um sistema ou rede. O objetivo é identificar vulnerabilidades que possam ser exploradas por invasores. No entanto, ao contrário de um ataque realizado por invasores reais, o pentest é conduzido de forma ética, legal e controlada, por profissionais qualificados que utilizam uma variedade de técnicas.

Com o aumento dos ataques hackers, torna-se imperativo que as empresas invistam em métodos que visem proteger seus dados, clientes e reputação.

Conforme relatado pela Cybersecurity Ventures em 2023, a frequência de ataques de ransomware, um tipo de ataque que sequestra dados exigindo um resgate, atingiu uma organização a cada 11 segundos.

Diante desse cenário desafiador, o pentest assume papel crucial como ferramenta para avaliar a resiliência de aplicativos e redes, antecipando possíveis ameaças.

Quais são os tipos de pentest existentes:

  • Blackbox: Simula um ambiente real, onde o atacante não possui informações da aplicação ou serviços, como usuário ou senhas. Neste tipo de análise, será possível identificar possíveis brechas que permitam que atacantes ajam de forma a comprometer a disponibilidade, confidencialidade e integridade de dados e informações.

 

  • Graybox: As análises normalmente são feitas de forma autenticada. Neste caso, além da possibilidade de identificar possíveis vulnerabilidades que permitam que agentes externos comprometam a disponibilidade, confidencialidade e integridade de dados e informações. Além de abranger o blackbox, será possível também identificar brechas que permitam que agentes internos interajam de forma maliciosa com a aplicação e consequentemente cometam fraudes ou quebrem a confidencialidade através de escalação de privilégios.

 

  • Whitebox: No teste de intrusão Whitebox, os profissionais de segurança têm acesso completo às informações técnicas internas do sistema ou rede. Eles têm acesso a diagramas de rede detalhados, código-fonte, credenciais de administrador e outras informações relevantes. Essa abordagem permite uma análise aprofundada das vulnerabilidades do sistema e uma avaliação mais precisa do risco. O teste de intrusão Whitebox é geralmente realizado por equipes de segurança ou consultores que trabalham em estreita colaboração com a equipe de desenvolvimento.

As principais metodologias de pentest

Antes de iniciar um teste de intrusão, é crucial entender as metodologias envolvidas nesse processo.

As metodologias do pentest são conjuntos de processos e técnicas utilizados para avaliar a segurança de uma aplicação web. Elas guiam os testadores durante o processo de reconhecimento, definem o alcance do teste e garantem que todos os aspectos da aplicação sejam examinados de acordo com os padrões estabelecidos.

Confira algumas das metodologias existentes:

  • OWASP Testing Guide (OTG): A OWASP Testing Guide é uma metodologia de teste de intrusão amplamente utilizada. Ela é baseada em um modelo de fases que inclui reconhecimento, análise de vulnerabilidades, exploração e relatório.
  • NIST Special Publication 800-115 (NIST SP 800-115): O NIST SP 800-115 é uma metodologia de pentest desenvolvida pelo National Institute of Standards and Technology (NIST). Ela é baseada em um modelo de fases que inclui planejamento, execução, análise e relatório.
  • PTES (Penetration Testing Execution Standard): O PTES é uma metodologia de teste de intrusão desenvolvida pela SANS Institute. Ela é baseada em um modelo de fases que inclui planejamento, execução, análise e relatório.


A escolha da metodologia de pentest mais adequada depende de uma série de fatores, incluindo o tipo de aplicação web a ser testada, os objetivos do teste e os recursos disponíveis.

Confira algumas das fases de um pentest?

O processo estruturado do pentest envolve uma série de fases que vão desde o planejamento até a execução de ataques controlados para identificar vulnerabilidades.

Confira como elas funcionam na prática:

  • Identificação e planejamento:
    A fase de identificação e planejamento do pentest é essencial para estabelecer o escopo e os objetivos do teste. Nesta fase, o pentester e o cliente trabalham juntos para definir:
    • O que será testado: sistemas, redes, aplicações, etc.
    • O nível de profundidade do teste: superficial, médio ou profundo.
    • Os objetivos do teste: identificar vulnerabilidades, avaliar a segurança geral, etc.

O planejamento eficaz do pentest é fundamental para o sucesso do teste. Um bom planejamento ajudará a garantir que o teste seja executado de forma eficiente e eficaz, e que os resultados sejam úteis para o cliente.

 

  • Coleta de informações
    Nessa etapa, o pentester coleta informações sobre o alvo a ser testado, com o objetivo de identificar possíveis pontos de entrada e vulnerabilidades.

    A coleta de informações pode ser realizada de diversas maneiras, incluindo:

    • Pesquisa online: O pentester pode pesquisar informações públicas sobre o alvo, como endereços IP, nomes de domínio, registros de domínio, etc.
    • Análise de redes sociais: O pentester pode analisar as redes sociais do alvo, em busca de informações que possam ser úteis, como credenciais, senhas, etc.
    • Análise de código-fonte: O pentester pode analisar o código-fonte de aplicações web ou softwares, em busca de vulnerabilidades.

Ferramentas de vulnerability scanning podem ser usadas para automatizar parte do processo de coleta de informações. Essas ferramentas podem identificar vulnerabilidades conhecidas em softwares e sistemas operacionais.

 

  • Detecção de vulnerabilidades
    A detecção de vulnerabilidades é a fase em que o pentester envolve o uso de ferramentas e técnicas para encontrar falhas que possam ser exploradas. Assim, é a etapa que possibilita criar um mapa das falhas de segurança existentes no sistema em teste.


  • Exploração de vulnerabilidades
    Durante a fase de exploração de vulnerabilidades, os especialistas tentam explorar as falhas encontradas na etapa anterior. Esta etapa pode ser realizada de diversas maneiras, dependendo do tipo de vulnerabilidade. Alguns exemplos de técnicas de exploração de vulnerabilidades incluem:
    • SQL injection: Inserção de código SQL malicioso em uma consulta SQL.
    • Cross-site scripting (XSS): Inserção de código JavaScript malicioso em uma página web.
    • Buffer overflow: Exceção de um buffer de memória, permitindo que o invasor execute código arbitrário.

       

A exploração de vulnerabilidades é uma etapa crítica, pois se bem-sucedida, permite que o realizador ganhe acesso não-autorizado ao sistema. 

 

  • Análise de dados e relatório
    Após a exploração de vulnerabilidades, o pentester inicia a análise de dados e relatório. Nessa etapa, o pentester compila os resultados da exploração e elabora um relatório detalhado sobre as vulnerabilidades descobertas.

     

    O relatório deve ser claro e objetivo, fornecendo recomendações para mitigação dos riscos identificados. Ele deve ser estruturado de forma a facilitar a compreensão e a tomada de ação pelo cliente.

Qual é a diferença entre o pentest e a análise de vulnerabilidades?

O pentest e a análise de vulnerabilidades são duas técnicas importantes para a avaliação da segurança de sistemas e redes. No entanto, elas têm objetivos e abordagens diferentes.

 

Análise de vulnerabilidades

A análise de vulnerabilidades é uma técnica automatizada que identifica pontos fracos em sistemas e redes. Ela utiliza ferramentas e técnicas para encontrar vulnerabilidades conhecidas, como falhas de segurança em softwares, configuração incorreta de sistemas e redes, etc.

A análise de vulnerabilidades é uma etapa importante na avaliação da segurança, pois fornece uma visão geral das vulnerabilidades existentes. No entanto, ela não é capaz de avaliar a gravidade das vulnerabilidades ou a probabilidade de elas serem exploradas por um atacante.

 

Pentest

O pentest é uma técnica que simula ataques reais para identificar e explorar vulnerabilidades. Ele é realizado por profissionais qualificados que utilizam uma variedade de técnicas, incluindo técnicas automatizadas e manuais.

O pentest é uma avaliação mais realista da segurança de um sistema, pois permite que os pentesters identifiquem as vulnerabilidades que podem ser exploradas por um atacante. O pentest também pode fornecer informações sobre a gravidade das vulnerabilidades e a probabilidade de elas serem exploradas.

Como saber qual é o momento certo para realizar um pentest?

No mundo da segurança da informação, a realização de um teste de intrusão é essencial para entender a resiliência de uma organização a ataques. Assim, determinar o momento adequado para realizar um pentest passa por diversos fatores, incluindo:

  • Mudanças significativas na infraestrutura: A implementação de novos sistemas, a atualização de softwares ou a alteração de configurações são eventos que podem introduzir novas vulnerabilidades. Por isso, é importante realizar um pentest após essas mudanças para identificar e corrigir possíveis riscos.
  • Lançamento de aplicativos ou sistemas: Antes de lançar um novo aplicativo ou sistema, é importante realizar um pentest para garantir que ele esteja seguro. Isso ajuda a evitar incidentes de segurança que podem prejudicar a imagem da empresa e causar danos financeiros.
  • Incidentes de segurança: Um incidente de segurança pode revelar vulnerabilidades que não eram conhecidas anteriormente. Por isso, é importante realizar um Pentest após um incidente para identificar e corrigir essas vulnerabilidades, evitando que sejam exploradas novamente.
  • Conformidade regulatória: Algumas normas e regulamentos exigem que as organizações realizem testes de penetração periódicos. Nesses casos, é importante cumprir os requisitos regulatórios para evitar sanções.

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