Na era da transformação digital acelerada, construir software seguro não é mais uma escolha. É uma obrigação estratégica. E quando falamos de segurança em aplicações modernas, uma sigla ganha destaque: SCA.
O termo se refere à Software Composition Analysis, ou Análise de Composição de Software, uma abordagem que identifica, avalia e gerencia os riscos relacionados a componentes de código aberto dentro de uma aplicação.
Uma política eficaz de segurança em software com foco em SCA vai muito além do simples uso de ferramentas automatizadas. Trata-se de uma mudança de mentalidade na forma como a empresa constrói, mantém e valida seus sistemas.
Neste artigo, você vai entender como criar essa política de forma estratégica, cobrindo práticas essenciais para identificar vulnerabilidades, controlar dependências e garantir compliance com normas regulatórias.
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O que é SCA e por que ele precisa estar na sua política de segurança
A Software Composition Analysis é uma prática que permite inspecionar automaticamente bibliotecas e frameworks de terceiros, especialmente os de código aberto, em busca de vulnerabilidades conhecidas, licenças incompatíveis ou riscos operacionais.
Mais do que uma ferramenta, o SCA deve ser entendido como um componente central na governança de segurança. Com a dependência crescente de pacotes de terceiros para acelerar o desenvolvimento, cresce também o risco de integrar brechas já documentadas (como as presentes em bancos como o CVE, Common Vulnerabilities and Exposures).
Implementar uma política baseada em SCA ajuda a:
- Identificar rapidamente bibliotecas vulneráveis
- Impedir a publicação de aplicações inseguras
- Monitorar atualizações e patches de segurança
- Manter a conformidade com normas como LGPD, ISO 27001 e PCI DSS
Ao aplicar SCA desde as fases iniciais do ciclo de vida do software (SDLC), as equipes conseguem agir de forma proativa, em vez de reativa. Isso reduz custos e protege a reputação da empresa.
Veja também: Pentest: Quanto custa e como avaliar o investimento
Como estruturar sua política de segurança com foco em SCA
Criar uma política robusta de segurança em software com base em SCA exige clareza, processos bem definidos e envolvimento de diversas áreas. Veja os principais pilares para estruturar essa estratégia com maturidade:
1. Defina critérios claros de aceitação para componentes externos
Um dos maiores erros no uso de SCA é confiar apenas no scanner automático. Para que a política funcione de verdade, é preciso estabelecer critérios objetivos de aceitação de bibliotecas:
- Apenas componentes com baixo índice de vulnerabilidades críticas devem ser aprovados
- Avaliações de licença devem ser obrigatórias, evitando licenças restritivas ou incompatíveis
- Pacotes abandonados ou sem manutenção ativa devem ser evitados, mesmo que “sem vulnerabilidades”
Esses critérios devem ser documentados e integrados a pipelines de CI/CD, com gatilhos que impeçam o avanço da build em caso de não conformidade.
2. Automatize sem perder o controle humano
Ferramentas de SCA como Snyk, OWASP Dependency-Check e Black Duck oferecem escaneamento contínuo e alertas em tempo real. No entanto, sua política não deve se limitar à automação.
Inclua revisões regulares por parte da equipe de segurança para avaliar:
- Contexto de uso dos pacotes
- Possibilidade de substituição por bibliotecas mais seguras
- Análise de risco personalizada para cada aplicação
A automação resolve o problema da escala, mas o olhar humano ainda é indispensável para tomar decisões críticas.
3. Eduque seu time e crie uma cultura de segurança
Não existe política sólida sem adesão das pessoas que vão colocá-la em prática. Isso significa investir em treinamentos recorrentes para desenvolvedores, líderes técnicos e analistas de segurança.
Use recursos como:
- Workshops sobre uso seguro de open source
- Simulações de falhas causadas por pacotes vulneráveis
- Guias internos de boas práticas em SCA
Com o tempo, a prática se torna natural e os próprios devs passam a revisar suas escolhas antes de integrar um novo componente ao código.
Indicadores de sucesso: como medir a eficácia da sua política
Depois que a política estiver em funcionamento, é fundamental acompanhar indicadores que mostrem seu impacto real. Aqui estão alguns exemplos práticos:
- Tempo médio de correção de vulnerabilidades (MTTR) após a detecção via SCA
- Porcentagem de builds bloqueadas por não conformidade com critérios de segurança
- Volume de componentes não atualizados por aplicação
- Aderência aos critérios de aceitação, com métricas por equipe ou squad
Você pode reunir esses dados em dashboards de segurança de software, integrando informações da ferramenta de SCA com sua stack de DevSecOps.
Esse acompanhamento não só permite melhorar a política com o tempo, como também fortalece a argumentação junto à diretoria para manter ou expandir investimentos em segurança.
Veja também: Auditoria de aplicações: Criando softwares seguros
Segurança como prática contínua, não como etapa final
Criar uma política eficaz de segurança em software com foco em SCA é como cuidar de uma horta. Você precisa plantar com atenção, regar com constância e podar com sabedoria. Não basta definir regras e instalar ferramentas. É preciso acompanhar, adaptar e educar.
Num cenário onde cada linha de código pode carregar riscos ocultos, ter visibilidade e controle sobre os componentes usados é o que separa empresas resilientes de empresas vulneráveis.
Quer levar a segurança do seu software a sério? Comece pelo SCA. Ele pode parecer técnico à primeira vista, mas no fim das contas é uma das formas mais práticas de proteger seu negócio e seus clientes.
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